Há dez anos nascia na Pedra do Sal, aqui na região portuária do Rio de Janeiro, a roda de samba Moça Prosa, totalmente formada por mulheres. Estabelecida nas ruas do entorno do monumento histórico e religioso, abarcada pela Pequena África, a Moça Prosa mantém-se produzida, idealizada, pensada, construída e tocada por mãos femininas. E para festejar, no dia 07 de maio, a partir das 13h, o público poderá curtir gratuitamente um dia inteiro com música e comemoração.
O evento conta com uma feira multicultural de expositores de moda, artesanato, gastronomia e literatura. A programação começa com a roda de conversa “O espaço da mulher na cultura e suas representações”. Em seguida acontecem intervenções culturais com participação do Slam das Minas e do Baque Mulher. Ainda por cima, o lançamento do livro “A Luz de Aisha”, das autoras Luana Rodrigues e Aza Njeri. Às 18h30, começa a roda de samba da Moça Prosa e os intervalos ficam por conta da DJ Nicolle Neuman.
A ideia do show é contar a trajetória do grupo falando sobre fé, luta, parceria, sorrisos e amor. “O repertório é uma viagem de tudo que cantamos na última década, fazendo um resgate dos compositores, compositoras e intérpretes que sempre reverenciamos em nossas rodas e que nos trouxeram até aqui. Mas também mostramos um repertório autoral que achamos importante demais ser sempre cantado em nossa roda”, sintetiza a vocalista Fabíola Machado se referindo ao primeiro EP do grupo, “Do jeito que eu sou”, lançado em 2021 sob direção de Nilze Carvalho.
Nascido em 2012 a partir do encontro de mulheres que participaram de uma oficina de percussão feminina na Pedra do Sal, o grupo contava com 12 mulheres em sua primeira formação, cinco a mais que as atuais sete. “Não é espantoso dizer que não foi fácil para essas 12 mulheres fazerem samba. A partir da oficina, nos reuníamos para aprender a tocar instrumentos de percussão, mas depois virou um evento para amigos e, quando a gente se deu conta, o Moça Prosa já existia e queria se mostrar para o mundo”, relembra Luana Rodrigues, percussionista e compositora.
Embora não seja a primeira roda de samba composta por mulheres, o Moça Prosa foi uma das únicas a fazer evento aberto na rua por tanto tempo. “Começamos a tocar, a maioria, já com mais idade, com outras profissões. É muito gratificante ver crianças, principalmente meninas, olhando para a gente admiradas e vendo que é possível um dia elas estarem ocupando esse lugar. Achamos que é um papel nosso enquanto roda de samba fortalecer a imagem da mulher no samba, abrindo portas para nós mesmas e para outros grupos”, reforça Dani Andrade, percursionista.
Serviço:
Moça Prosa – 10 anos
Dia: 07 de maio – sábado
Horário: 13h às 23h
Local: rua Sacadura Cabral, 74 – Saúde
Classificação etária: livre
Entrada gratuita