Aos poucos uma galeria de arte a céu aberto está se formando na região portuária do Rio embelezando ainda mais nossa cidade. Os grafites, advindos da cultura do hip hop vestem a região portuária com desenhos, arte, cultura e muita cor dando outro visual para os muros das ruas do Morro da Providência, na parte alta, onde surgiu a primeira favela do Brasil, e no Porto Maravilha.
Desde que a Zona Portuária passou por uma transformação para as Olimpíadas de 2016, tendo sido revitalizada em sua parte baixa e visto a arte ser enaltecida na região, o produtor cultural Hugo Oliveira sentiu a necessidade de incluir o Morro da Providência, que fica na parte alta do bairro.
Foi quando o produtor teve a ideia de convidar artistas para grafitar paredes e fachadas nas vielas do bairro e criar a Galeria Providência, seguindo a tendência de dar destaque a grandes murais de grafite, assim como ocorre especialmente na Orla Conde, no Porto.
A galeria fez tanto sucesso que já é o quarto ano consecutivo que acontece a intervenção artística e desta vez a iniciativa homenageia a porta-bandeira Dodô da Portela, matriarca da escola de samba Oswaldo Cruz e Madureira.
Com a intenção de destacar personagens e histórias, a intervenção artística prioriza a trajetória de personagens ou de cenas que conectam o universo artístico com o cotidiano da comunidade. A iniciativa conta com a parceria de instituições do Rio de Janeiro, como o Museu de Arte do Rio, e também realiza atividades culturais, palestras, oficinas e apresentações musicais para os moradores do bairro.
Outro projeto que está compondo o corredor cultural com atividades de empreendedorismo e gastronomia urbana na região é o projeto do Distrito de Arte do Porto que traz a primeira arte com o painel “Visões de Resistências, Sonhos de Liberdade”.
Localizado na Avenida Professor Pereira Reis, o painel fica próximo à região conhecida como Pequena África, que foi um espaço de inúmeros marcos da luta de africanos escravizados no Brasil. Seguidos dois quarteirões, encontra-se o Cais do Valongo, que foi o principal porto de entrada de escravos do continente americano e hoje é reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco.
De criação do artista Acme, o grafite tem 420 metros quadrados e homenageia lideranças pela luta contra o racismo no Brasil e nos Estados Unidos.
A pintura foi anunciada no dia 25 de maio, data que marcou um ano da morte do americano negro George Floyd, e visa recordar a história da escravidão e celebrar, através da arte, alguns dos principais nomes por trás das conquistas na luta pela igualdade racial no Brasil e nos Estados Unidos.
Ao todo, serão seis mil metros quadrados de arte nas paredes da Zona Portuária na primeira etapa do projeto. O próximo mural será em homenagem a dois grandes nomes da música brasileira: Beth Carvalho e Arlindo Cruz.